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Tem dermatite atópica? Maneire no consumo de sal

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Para pacientes com dermatite atópica, o quanto se usa o saleiro pode fazer a diferença na saúde. Essa é a conclusão de um estudo da Universidade da Califórnia, que mostrou que um pequeno aumento na ingestão diária de sal — de 1g, ou uma colher de café — pode elevar o risco de crises da doença.

Também chamada de eczema, essa doença cutânea inflamatória crônica tem origem multifatoria, com forte predisposição genética, e causa uma alteração da barreira protetora da derme, o que traz por consequência secura e coceira à pele.

É uma das condições dermatológicas mais comuns, sendo que 25% das crianças podem apresentar episódios da doença e até 7% dos adultos podem ser acometidos.

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O eczema tem se tornado cada vez mais comum nos últimos anos, especialmente nos países ocidentais, por conta de fatores ambientais e de estilo de vida, como a dieta alimentar.

Qual é a relação entre sal e dermatite atópica?

Os pesquisadores descobriram que o sódio é armazenado na pele. Em excesso, o mineral pode desencadear inflamação no corpo. E dados epidemiológicos sugerem que a alimentação de uma pessoa está associada à piora do eczema.

As descobertas do estudo não mostram que o sal causa a doença, mas sim que existe uma associação entre as duas coisas. Ou seja, a dieta mais salgada pode ser um gatilho para a piora da doença.

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O estudo analisou dados de mais de 215.000 pessoas entre os 30 e os 70 anos de idade. Eles descobriram que cada grama adicional de sódio excretado na urina durante 24 horas estava associado a chances 11% maiores de diagnóstico de eczema; 16% maiores de ter um caso ativo e 11% maiores de maior gravidade.

Como lidar com a dermatite

Pode ser difícil de lidar com as crises, especialmente quando os pacientes são incapazes de antecipá-las e não têm recomendações sobre o que fazer para evitá-las.

As regiões de secura e coceira estão geralmente em áreas de dobras — pescoço, atrás dos joelhos e dobras dos braços e pulsos.

Pele seca coça por si só. E o ato de coçar causa escoriação e a liquenificação da pele (a pele se torna ainda mais seca e coça mais). Por isso deve-se hidratar muito a pele para tentar ‘romper esse ciclo’.

Para tratar a condição, o médico pode indicar hidratantes específicos, medicamentos e uma série de recomendações. Além disso, alguns cuidados precisam ser tomados no dia a dia.

Por exemplo, a lavagem das roupas do paciente (vestimenta, lençóis e toalhas) deve ser feita preferencialmente com sabão de coco e com muito enxague. Não é recomendado usar amaciantes nem sabões perfumados.

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Gatos e cachorros, devido a presença de pelos, podem desencadear e agravar o quadro. Assim como ácaros. Por isso, a casa deve ser limpa, sem carpete, cortinas de tecidos e bichos de pelúcia. A coceira deve ser tratada com anti-histamínicos quando necessário.

Por fim, a redução da ingestão de sal na dieta pode ser um cuidado adicional, como mostrou o estudo.

*Paola Pomerantzeff é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)

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