Nos últimos anos, o uso recreativo de cigarros eletrônicos e maconha tem se tornado cada vez mais popular, especialmente entre adolescentes.
Essa tendência preocupa especialistas em saúde, pois muitos jovens desconhecem os riscos que esses produtos podem causar, incluindo o aumento dos casos de câncer de boca.
O cigarro eletrônico foi inicialmente criado como uma alternativa ao produto tradicional, na tentativa de reduzir os danos causados por ele. E evoluiu para uma indústria multimilionária, com uma vasta gama de dispositivos e sabores. Embora seja frequentemente percebido como uma alternativa menos prejudicial, ele apresenta vários riscos à saúde:
- Nicotina e produtos químicos: muitas essências utilizadas contêm nicotina, que é altamente viciante, pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro em adolescentes e jovens adultos e aumentar a pressão arterial, causando problemas cardíacos. Quando aquecidas, as substâncias podem se decompor em ácidos como formaldeído e acroleína, ambos cancerígenos.
- Aromatizantes: alguns deles, como o diacetil, estão associados a doenças pulmonares graves, incluindo a “bronquiolite obliterante”, também conhecido como “pulmão de pipoca”.
- Metais pesados: traços de metais pesados, como níquel, estanho e chumbo, podem ser encontrados no vapor dos dispositivos, causando danos aos pulmões e outros órgãos.
Embora os efeitos a longo prazo do uso ainda sejam desconhecidos, evidências atuais sugerem que eles podem causar sérios problemas de saúde, especialmente para os jovens e não fumantes, pois expõem o organismo a uma variedade de produtos químicos como cancerígenos conhecidos e substâncias citotóxicas, causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.
E esses produtos seguem crescendo em popularidade. Segundo um estudo que comparou duas edições de um inquérito nacional sobre a saúde de escolares, houve uma queda na prevalência do uso atual de cigarros convencionais, mas a frequência de experimentação de cigarros eletrônicos permanece expressiva.
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Os problemas da maconha
Apesar de muitas vezes ser percebida como inofensiva, ela contém substâncias químicas que podem ser prejudiciais à saúde. Estudos indicam que o fumo de maconha pode ser um fator de risco para câncer nas vias aéreas superiores, especialmente em usuários frequentes, sendo o tumor causado pela planta geralmente mais agressivo que os outros.
A fumaça da cannabis contém hidrocarbonetos poliaromáticos causadores de câncer, semelhantes à fumaça do tabaco, mas com uma concentração mais alta, quase o dobro da proporção devido à forma como os cigarros de cannabis são fumados.
O alcatrão de maconha tem uma concentração 50% maior de benzopireno em comparação ao tabaco não filtrado e deixa quatro vezes mais alcatrão no trato respiratório.
Por fim, o uso de cannabis pode causar lesões na cavidade oral, como estomatites. E a combinação de maconha com tabaco em produtos como “blunts” (um tipo de papel para enrolar) pode aumentar ainda mais esse risco.
Entendido os perigos dessas substâncias, encorajo a todos a abandonarem essas práticas em busca de bem-estar e longevidade!
* Jefferson Medeiros é médico, especialista em oncologia de cabeça e pescoço e professor de clínica cirúrgica há 10 anos na Universidade Estadual do Amazonas
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