Diarreias, gases, distenção e dor abdominal são os sintomas mais comuns de quem sofre com alguma intolerância alimentar, quadro cada vez mais comum entre a população.
Uma das que mais desperta interesse é a intolerância ao glúten, proteína presente em alimentos como pães, massas e bolos. Saiba tudo sobre ela e e suas variações nessa reportagem.
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O que é o glúten?
“Por estar associado a pães e bolos, muitas pessoas chegam no consultório achando que glúten é carboidrato, por isso querem parar de consumir”, conta a nutricionista Josefina Bressan, professora da Universidade Federal de Viçosa.
Na verdade, o glúten é combinação de duas classes de proteínas muito comuns em cereais como trigo, cevada a centeio: a gliadina e a glutenina.
Quando a farinha de trigo é misturada com água e agitada, ao fazer uma receita, por exemplo, essas proteínas se combinam e formam uma grande rede elástica mantida por ligações de hidrogênio, interações eletrostáticas e outras forças intermoleculares.
É graças a essa rede que o pão e o bolo conseguem reter os gases liberados pela fermentação, resultando em uma massa aerada, cheia e volumosa. O glúten dá uma textura macia e fofa ao alimento. Além disso, também ajuda a reter umidade, originando produtos mais úmidos e duradouros.
Ou seja: a proteína só traz benefícios aos produtos alimentícios em que está contida.
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Intolerância ao glúten x doença celíaca
Ter intolerância ou sensibilidade ao glúten é bem diferente de ter doença celíaca.
A doença celíaca é um problema autoimune. O quadro envolve uma reação imunológica do corpo ao consumir glúten, que faz com que o organismo ataque a si mesmo quando a proteína está presente.
Por isso, o diagnóstico dessa condição começa com um exame de sangue para determinar se o corpo trata o glúten como uma ameaça e está produzindo altos níveis de anticorpos para tentar se proteger.
Se o teste der positivo, geralmente ainda se pede uma endoscopia que recolhe amostras de tecido para uma biópsia, que verifica se há inflamação e danos no intestino delgado devido à reação imunológica.
Caso exista, a recomendação é excluir totalmente o glúten da dieta. 1 em cada 100 pessoas no mundo é afetada por essa condição, e desde 2003 a lei brasileira obrigada os alimentos industrializados a notificarem a presença dessa proteína na composição.
Quando uma pessoa possui apenas intolerância ou sensibilidade ao glúten, ele não desperta reação imunológica, não há danos ou inflamação celular.
Simplesmente o organismo do indivíduo não digere bem a proteína, o que é algo bastante individual. E isso leva a sintomas gastrointestinais que podem ser incômodos.
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Causas da sensibilidade
É importante deixar claro que o glúten não causa aumento de problemas gastrointestinais nem provoca nenhuma reação em quem não tem alguma pré-disposição. E diversos estudos rigorosos já provaram isso.
As causas da doença celíaca ou mesmo de alguma sensibilidade a essa proteína não estão 100% desvendadas, mas sabe-se que com certeza se relacionam a tendências genéticas.
Remover o glúten por conta própria da dieta, sem necessidade, pode levar a problemas de saúde.
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Sintomas da intolerância ao glúten
São eles:
- Dor de barriga
- Diarreia
- Gases
- Vômito, dependendo do grau da intolerância
Se a reação é quase imediata e não há outros sintomas, há uma maior chance de ser apenas uma sensibilidade.
Sintomas da doença celíaca
Além das questões gastrointestinais, por ser um problema autoimune, pode resultar em problemas mais abrangentes.
Entre eles, dores de cabeça, cansaço, fraqueza, fadiga, inchaço, perda de peso, e até anemia. Complicações mais graves podem aparecer também, é preciso ficar atento.
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Tratamento para intolerância ao glúten
“Para graus mais baixos de intolerância, a exclusão total do glúten não é uma recomendação primordial, a pessoa pode reduzir o consumo e ver como o corpo reage. É algo bem específico, de caso a caso”, pontua Josefina.
“É preciso ter cuidado com a retirada do glúten da rotina, pois estudos mostram que isso pode gerar exagero de consumo de outros alimentos. Essa recomendação só é unânime em caso de doença celíaca comprovada”, ressalta a nutri.
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