Em março de 2024, o Ministério da Agricultura desbaratou um esquema ilícito de importação, adulteração e comercialização clandestina de azeite de oliva fraudado, na chamada Operação Getsêmani.
O episódio não apenas provocou o recolhimento de marcas suspeitas, mas confirmou o que muitos consumidores talvez já imaginassem pelo paladar e olfato – nem todo “azeite” no mercado é aquilo que diz ser.
O risco de fraudes aumentou em tempos recentes em função da disparada dos preços do azeite de oliva verdadeiro, um reflexo do calor e da seca na Europa, onde o grosso da produção mundial de oliveiras se encontra. Para baratear os custos e conquistar consumidores, algumas marcas passaram a vender o produto adulterado.
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São várias táticas utilizadas para vender um “azeite de oliva” que não merece esse título. Na mais comum, algum outro óleo vegetal mais barato (geralmente, óleo de soja) é misturado a aromatizantes para fingir que se trata de um produto feito de oliva.
Quais os riscos do azeite falsificado?
Nenhum óleo vegetal é considerado tão saudável quanto o azeite de oliva. Ou seja, os problemas já começam ao obter menos benefícios por consumir um produto de menos qualidade. Só que essa preocupação nem é a maior de todas.
O que realmente desperta o alerta das autoridades é que, no caso de um azeite adulterado, não existe qualquer maneira de garantir a procedência e segurança dos ingredientes. É possível que o óleo utilizado não seja comestível, ou que os aromatizantes e corantes usados para enganar o consumidor sejam de baixa qualidade e não autorizados para a alimentação humana.
Ao ingerir esse tipo de produto, diversos problemas de saúde podem aparecer, com os mais comuns levando a sintomas gastrointestinais, entre eles:
Os sintomas e riscos podem variar muito dependendo dos compostos utilizados na adulteração. Busque sempre ajuda médica se você tiver qualquer sintoma desse tipo.
Como identificar um azeite adulterado?
A diferença pode não ser tão óbvia à primeira vista, então a recomendação é agir com bom senso desde o momento da compra.
O primeiro passo é se lembrar dos ditados populares: quando é bom demais para ser verdade, o barato sai caro. No contexto econômico atual, um azeite com preço muito baixo tem grandes chances de não ser puro.
Mesmo que o fabricante não esteja usando produtos ilícitos, é uma boa ideia conferir no rótulo para ver se a proporção de outros óleos vegetais não é muito maior do que a daquele vindo da oliva. Fique atento à descrição: o mais saudável é o azeite de oliva extravirgem, mas há produtos de embalagem muito similares que são denominados óleos compostos.
Se você já comprou o produto e está desconfiado, o aroma e o sabor são as maneiras mais evidentes de identificar que algo está errado. Quanto menos puro o azeite, mais “fraco” ou neutro será seu cheiro.
Quanto ao gosto, é a mesma coisa: você sentirá cada vez menos o gosto típico da oliva. Outra dica é ter atenção se ele remete a um óleo mais pesado do que o habitual, deixando uma sensação rançosa na boca ou desconforto no estômago.
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