A malária é uma doença febril, potencialmente grave se não tratada, causada por protozoários do gênero Plasmodium. A transmissão ocorre pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, chamados popularmente de mosquito-prego, carapanã, bicuda, entre outros.
Além da picada do mosquito, a doença pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gestação, por meio da transfusão de sangue ou até mesmo devido a acidentes com materiais que contenham perfurocortantes.
O mosquito costuma se reproduzir em áreas sombreadas, com água limpa, e está mais presente na região Amazônica (incluindo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e na região da Mata Atlântica (abrangendo os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais).
No Brasil, as espécies Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum apresentam maior importância sobre os casos de malária em humanos. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, mais de 80% dos casos no Brasil são causados pelo Plasmodium vivax e 17% pelo Plasmodium falciparum ou misto.
Já o Plasmodium ovale, está restrito a determinadas regiões do continente africano e a casos importados de malária no Brasil, refletindo em poucos casos no país. Segundo o governo federal, em 2022 foram notificados 128 956 casos da doença. Já em 2023, foram registrados 139 959 e, em 2024, até o momento, contabilizamos cerca de 30 943 casos.
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Sintomas da malária
Entre 10 e 15 dias após a picada do mosquito, a pessoa pode apresentar febre alta, calafrios, tontura, dor no corpo e dor de cabeça. Os indivíduos devem ter atenção, pois os sinais e sintomas são inespecíficos, muito semelhante aos de outras doenças.
As formas graves se manifestam com anemia, cansaço extremo, acometimento de órgãos específicos, perda da consciência, sangramentos, falta de ar, convulsões, entre outras complicações.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
Por meio da pesquisa direta do parasita no sangue do paciente infectado, a chamada gota espessa, é possível realizar o diagnóstico. O teste rápido também é uma alternativa para atestar a doença.
Os casos leves são tratados em casa, com repouso, hidratação e medicamentos específicos, que devem ser adquiridos por prescrição médica e fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com relação aos quadros graves, é necessário a internação em unidades de cuidados intensivos.
Entre o público que deve ter maior atenção com a doença estão as crianças, destacam-se gestantes e pessoas que apresentam a infecção pela primeira vez, pois correm o risco de evoluir com complicações, se a malária não for devidamente tratada.
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Como evitar casos de malária?
É importante reforçar que a malária não confere imunidade para toda a vida, por isso é fundamental a aplicação de medidas preventivas contra a picada do mosquito. Por exemplo: sempre que o indivíduo viajar para uma área endêmica – ou se mora em um local de ocorrência –, é necessário aplicar repelentes. A eliminação de criadouros de mosquitos e a inserção de telas nas janelas também é importante.
Vale ressaltar que não há uma vacina disponível no Brasil, mas estudos científicos ao redor do mundo estão sendo realizados. Na África, já está em uso um imunizante contra o Plasmodium falciparum, o mais letal.
O desenvolvimento de uma vacina é um grande desafio, porém tem um enorme valor para auxiliar na prevenção da doença, tendo em vista o grande número de óbitos que ocorrem anualmente em todo o mundo.
*Emy Gouveia, médica infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein
(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)