Representando somente um quinto dos diagnósticos, o sexo feminino é minoria no espectro autista, mas, sem olhar para elas, é impossível ter uma visão completa da condição.
Eis o que enfatizam pesquisadores dos EUA que identificaram diferenças no cérebro de meninos e meninas com o transtorno. Ao comparar ressonâncias magnéticas de mais de 420 crianças neurotípicas e divergentes, uma distinção no processo de amadurecimento do córtex das garotas autistas foi observada.
“A espessura dessa camada do nosso cérebro, responsável pelos pensamentos, varia muito mais entre elas do que em outras crianças”, explica Liubiana Arantes, neuropediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Conhecer aspectos como esses poderá ajudar a reduzir o subdiagnóstico na turma feminina.
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Uma mente diferente
Características biológicas e culturais desafiam a rápida identificação de meninas com o transtorno
Primeira infância
Meninos
Nesta fase, o córtex cerebral cresce rápido com a formação de novos neurônios.
Meninas
Diferenças entre os sexos não foram mapeadas nos dois primeiros anos de vida.
Segunda infância
Meninos
O córtex começa a afinar aos 3 anos. É minimamente distinto de garotos neurotípicos.
Meninas
A massa cinzenta delas ainda é mais densa quando comparada à das outras crianças.
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Terceira infância
Meninos
A partir dos 6 anos, as distinções estruturais entre os dois sexos vão diminuindo.
Meninas
Nesta fase, o afinamento é acelerado. Diferenças são vistas em muitas redes neuronais.
Diagnóstico
Meninos
A suspeita dos pais muitas vezes começa ao estranhar a quietude dos garotos.
Meninas
A introspecção não é vista como algo negativo às meninas, o que mascara o autismo.
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