Os exercícios físicos são reconhecidamente uma arma poderosa no tratamento e na reabilitação de pacientes com câncer. E novas evidências sublinham o papel do treinamento de força para mulheres com a doença na mama.
Um estudo conduzido pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB) demonstrou que atividades intensas são seguras e ajudam a diminuir o estresse fisiológico.
“Esse tipo de treino favorece o condicionamento, com redução da fadiga e incremento na força e na funcionalidade, contribuindo de maneira significativa para a melhora da qualidade de vida”, explica a mastologista Annamaria Massahud dos Santos, secretária adjunta da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
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O estudo, que abre caminho para novas abordagens de recuperação por meio do exercício físico, buscou intervenções que ajudassem a amenizar os efeitos colaterais do tratamento e a melhorar a qualidade de vida.
Como metodologia, mulheres diagnosticadas com câncer de mama foram submetidas a dois protocolos de treinamento de força com diferentes intensidades (veja o quadro de exercícios abaixo).
Durante o processo, as participantes realizaram cinco exercícios e foram avaliadas quanto a indicadores como a concentração de cortisol, percepção de esforço, dor tardia, funcionalidade e força geral.
Ao contrário do esperado, os níveis de cortisol, que costumam aumentar após o exercício físico, diminuíram significativamente após a sessão de alta intensidade.
De acordo com a orientadora da pesquisa e coordenadora Educação Física do CEUB, Renata Dantas, essa redução do cortisol foi o achado mais surpreendente do trabalho. “Essa descoberta nos motiva a realizar novas investigações , pois não há muitos estudos sobre isso”, pontua.
Segundo a especialista, a musculação proporciona diversas adaptações fisiológicas e psicológicas positivas, como a redução da fadiga relacionada ao câncer. Porém, ainda existe certa apreensão por parte dos profissionais, que nem sempre têm o conhecimento adequado para lidar com as limitações dos pacientes.
“Essa pesquisa rompe com o tabu de que o treinamento de força é muito pesado para essa população. Ao contrário, pode trazer muitos benefícios”, destaca.
A pesquisadora do CEUB destaca a importância de uma abordagem individualizada e bem orientada, incentivando profissionais de saúde a promoverem protocolos de exercícios físicos adequados para essa população.
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