Aviso: esse conteúdo faz parte da série “Dossiê ansiedade: como nos tornamos escravos dela?”. Clique para ler os outros conteúdos.
A ansiedade é um transtorno democrático. Embora atinja mais alguns públicos, todos estão sujeitos a ela, inclusive quem aparentemente tem uma vida “perfeita”.
A seguir, leia relatos de personalidades que convivem com o problema.
Felipe Neto: “cheguei a pensar que poderia morrer”
Nem Guns N’ Roses nem Coldplay. A banda que Felipe Neto mais queria ver no Rock in Rio 2022 era o Green Day. Só que não deu. Na tão esperada noite, o youtuber voltou para casa antes de os ídolos subirem no palco.
O motivo? Uma crise de ansiedade. “Não consegui”, desabafou nas redes sociais. “Nasci para ficar recluso.” Não foi a primeira vez. “Em 2010, cheguei a pensar que poderia morrer. Foi depois de ficar famoso. Tinha ataques de pânico de madrugada”, relata a VEJA SAÚDE.
Aos 36 anos, Felipe Neto é um dos maiores influenciadores digitais do planeta. Possui 98,7 milhões de seguidores — 46,4 milhões só no YouTube. Até completar 20 anos, teve de conviver com um transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) não diagnosticado.
Assim que deu início ao tratamento, descobriu que enfrentava também ansiedade e depressão. Desde então, doma os problemas com terapia e remédio. “Precisamos perder a vergonha e buscar ajuda profissional. Não sentiríamos vergonha se tivéssemos diabetes, úlcera ou pneumonia. Por que, então, sentimos vergonha de dizer ou demonstrar que estamos ansiosos?”, argumenta.
Rebeca Andrade: “procuro me concentrar no que está ao meu alcance”
Quem vê Rebeca Andrade fazendo piruetas nas provas de ginástica artística não imagina que ela já passou por três cirurgias no joelho direito em apenas quatro anos. Na última vez, em 2019, teve crise de ansiedade e chegou a pensar em desistir do esporte. Felizmente, mudou de ideia.
Caso contrário, não teria conquistado duas medalhas na Olimpíada de Tóquio 2020. Em Paris 2024, a ginasta vai disputar mais seis medalhas.
Se ganhar três, iguala o recorde dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, cada um com cinco. Se ganhar quatro, chega a seis e se torna a maior medalhista olímpica brasileira de todos os tempos.
A poucos dias do início dos Jogos, será que está ansiosa? A expectativa de conquistar mais medalhas gera nervosismo ou motivação? “Não tenho controle sobre o resultado das provas. Por essa razão, procuro me concentrar no que está ao meu alcance”, afirma.
Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsApp
“Qual é o meu foco no momento? Me preparar bem, tanto física quanto mentalmente, e fazer boas apresentações. Quero dar o meu melhor em Paris”, diz a atleta de 25 anos, que treina desde os 4 e faz acompanhamento psicológico desde os 13.
Tati Bernardi: “fui parar no ambulatório de cadeira de rodas”
Em Depois a Louca Sou Eu (Companhia das Letras) – Clique para comprar*, a escritora Tati Bernardi revela que sofre de fobia de aeroporto. E de tudo o que diz respeito a esse ambiente: fila, atraso, despedida… “Se avião fosse bom, não davam um saquinho de vômito pra gente, né?”, brinca em uma das crônicas.
Sua primeira crise de ansiedade aconteceu no aeroporto de Paris, aos 6 anos. A mais recente, no do Rio, aos 44. A autora conta que, em janeiro, começou a passar mal depois que acabou a energia e o Galeão ficou sem ar condicionado. Do lado de fora, os termômetros marcavam 45 graus. Do lado de dentro, uns 50, calcula. “Fui parar no ambulatório de cadeira de rodas. Foi horrível”, relata.
Por essas e outras, sempre que precisa viajar, ela toma precauções: só vai à noite, senta nas primeiras fileiras e toma remédios — algo que só deve ser feito sob orientação médica, convém frisar. “Quando era novinha e tinha crises de ansiedade, achava que era um ET. Quando lancei o livro, descobri que todo mundo tinha um pouco de ansiedade. Hoje não me sinto mais um alienígena”, diz.
Continue lendo o dossiê sobre ansiedade. Clique aqui.
Compartilhe essa matéria via: