A pesquisadora Dulcilena de Matos Castro e Silva, do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, é didática ao explicar seu ramo de atuação: “Eu cuido de um mundo invisível”.
A partir do seu trabalho como micologista (especialista em fungos), ela se interessou em saber como eles se propagam pelo ar. E conheceu um novo universo: o dos bioaerossóis, micro-organismos minúsculos, levíssimos, que circulam por aí.
Um novo estudo de sua autoria avaliou a concentração de fungos e bactérias dispersas em um centro urbano e em uma zona rural. E descobriu que os fungos são especialmente sensíveis à poluição. “Isso significa que eles podem ser usados como indicadores da qualidade do ar”, conta Dulcilena.
O achado tem outras implicações para a saúde humana. “Todo micro-organismo pode ser patogênico, e ambientes desequilibrados não raro favorecem o aumento da concentração de algum tipo por trás de problemas”.
Iniciativa monitora poluição do ar no país
O governo federal lançou o Painel Vigiar, plataforma que analisa os níveis de poluentes atmosféricos no Brasil, bem como seus efeitos na saúde pública.
O portal traz métricas focadas no material particulado fino (MP2,5), partículas tóxicas muito pequenas, oriundas de incêndios florestais e de atividades industriais. E as cruza com parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o impacto no corpo.
O MP2,5 pode se acumular nos pulmões e atingir outros órgãos, elevando o risco de doenças como câncer e males cardiovasculares. O surpreendente é que a Região Norte, onde está a Amazônia, o dito “pulmão do mundo”, é a área com pior qualidade do ar registrada em 2023.
+ Leia também: Impurezas no ar: como a poluição doméstica e a ambiental afetam a saúde
Acesse as notícias através de nosso app
Com o aplicativo de VEJA SAÚDE, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja, Claudia e Superinteressante.
Compartilhe essa matéria via: