Saúde na veia Blog Gravidez após os 40: o que você precisa saber

Gravidez após os 40: o que você precisa saber

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A notícia de que Gisele Bündchen está esperando seu terceiro filho, aos 44 anos, voltou a lançar luz sobre uma realidade cada vez mais frequente: a gravidez após os 40, que em um passado não tão distante era vista como algo muito arriscado.

Além de Gisele, chamou a atenção recentemente a gravidez de Claudia Raia, aos 55 anos.

Embora haja, sim, mais risco em uma gestação nessa idade, os avanços da medicina tornaram possível viver essa experiência e até preservar a fertilidade vários anos depois do que costumava ocorrer em gerações anteriores.

As evoluções atendem a um nicho de mercado. Com as mudanças sociais e a maior presença das mulheres no mercado de trabalho, o número de pessoas que opta por esperar até os 40 anos (ou mais) para ter filhos cresceu muito nos últimos tempos.

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O estudo Estatísticas de Gênero, do IBGE, apontou que somente no período entre 2018 e 2022 houve um aumento de 16,8% nas gestações iniciadas aos 40 e 49 anos. Na mesma época, a faixa etária dos 20 aos 29 anos viu uma queda de 11,2%.

Por isso, vale entender melhor as questões em torno de uma gestação tardia.

+Leia também: Gravidez tardia: possibilidades, riscos e tratamentos alternativos

Por que é mais difícil (mas não impossível) engravidar após os 40

A dificuldade de engravidar tem relação com o envelhecimento natural do corpo. Alterações hormonais e o gradual esgotamento da reserva ovariana fazem com que a capacidade de engravidar se torne cada vez menor quanto mais o tempo passa, até que venha a menopausa, concluindo a idade reprodutiva.

Quanto tempo leva para isso ocorrer é algo que varia para cada pessoa. Mas, em média, os especialistas trabalham com dois números: há um declínio acentuado na fertilidade após os 35 anos, e uma gestação natural tem chances remotas de ocorrer após os 45.

Uma das maneiras utilizadas pelos médicos para monitorar a fertilidade feminina é a medição do hormônio anti-Mülleriano, usado como um marcador da reserva ovariana — isto é, quantos folículos ovarianos ainda existem. Os folículos são as estruturas dos ovários que abrigam os óvulos e os liberam a cada ciclo menstrual.

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No entanto, seja com técnicas de reprodução assistida ou naturalmente, enquanto houver óvulos pode haver uma chance (mesmo mínima) de engravidar, independentemente da idade.

Engravidei após os 40, e agora?

O acompanhamento pré-natal é fundamental para qualquer gravidez, mas deve ser feito de maneira ainda mais diligente — e, em geral, com visitas mais frequentes ao obstetra — quando a gestação ocorre após os 40.

Isso porque há uma chance maior de complicações em uma gravidez tardia. Problemas como o diabetes gestacional, peso excessivo do bebê ao nascer ou placenta prévia (que aumenta a chance de hemorragias) são mais frequentes nesse tipo de gestação, assim como abortos espontâneos.

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Quem engravida após os 40 também tem uma maior chance de já apresentar outras questões de saúde preexistentes que não aparecem em pessoas mais jovens, como a hipertensão, que aumenta os riscos de pré-eclâmpsia. Mesmo em quem não tinha o problema antes, a pressão alta associada à gravidez também tem maior probabilidade de ocorrer quanto mais tarde a gestação começa.

Para o próprio bebê, uma gravidez tardia também aumenta a chance de alterações cromossômicas diversas, como a síndrome de Down. Um exame de cariótipo pode ser indicado como parte de um aconselhamento genético.

Tudo isso pode soar assustador à primeira vista, mas é importante lembrar que os avanços médicos vêm garantindo que esse tipo de gestação seja cada vez mais seguro. Converse bem com seu médico, discuta os riscos e cuidados necessários, e faça um acompanhamento atencioso para atravessar esse período com saúde.

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Como lidar com a queda da fertilidade?

Por outro lado, se você não consegue engravidar após os 40 mas ainda deseja ter um filho, a ciência também oferece caminhos. Técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro, aumentam consideravelmente as chances de engravidar, especialmente mais tarde na vida.

Outra alternativa que vem se tornando mais popular é o congelamento de óvulos: retirá-los quando a reserva ovariana ainda é elevada, conservando-os em uma clínica para quando você decidir engravidar, no futuro. Nesse caso, os especialistas indicam que o melhor é investir na técnica antes dos 35 anos, para aumentar suas chances de ter o máximo possível de óvulos disponíveis após o tratamento de estimulação ovariana.

Se for do seu interesse engravidar mais tarde na vida, procure sempre um médico especializado em reprodução para entender o que pode ser feito no seu caso.

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