A loratadina é uma medicação bem conhecida por pessoas que convivem com alergias, especialmente em casos de rinite, asma e urticária.
A principal vantagem é que ela causa menos sedação e sonolência em comparação a outros antialérgicos. Por isso, é mais bem tolerada para o uso durante o dia.
O composto é comercializado na forma de comprimidos, xaropes e soluções orais, sem a necessidade de receita. Contudo, é importante destacar que a automedicação deve ser evitada, devido aos riscos de efeitos adversos relacionados à utilização de dosagens inadequadas.
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O que é a loratadina?
A loratadina é um medicamento da classe dos anti-histamínicos, usados principalmente para prevenir ou reverter os sintomas de reações alérgicas.
“O princípio ativo atua bloqueando a ação da histamina, que é uma substância produzida pelo organismo e envolvida com respostas de defesa frente a micro-organismos e substâncias estranhas. Em excesso, causa sintomas como coceira, espirros, coriza e inchaço”, explica o farmacologista Lucas Gazarini, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Para que serve a loratadina?
A principal indicação da loratadina é o tratamento de alergias, como:
• Rinite alérgica: coceira no nariz, espirros, coriza e congestão nasal
• Asma alérgica: inclui dificuldade respiratória e bloqueio das vias aéreas
• Urticária: uma reação na pele que causa manchas vermelhas e coceira
• Outras alergias: como conjuntivite alérgica ou reações alérgicas leves a moderadas
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Como tomar a loratadina?
Atualmente, existem mais de 40 medicamentos contendo loratadina com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A venda acontece em farmácias, inclusive como medicamentos genéricos.
“A loratadina está disponível em várias formas, como comprimidos, que são a mais comum e mais cômoda para usar, para adultos e crianças maiores. E xarope, geralmente utilizado para crianças, por ser adocicado e facilitar o uso nesse público”, detalha o farmacologista.
Há ainda a solução oral, uma alternativa líquida ao comprimido, permitindo o fracionamento mais fácil da dose e efeitos mais rápidos, já que a absorção é mais imediata.
“Essas diferentes formas permitem uma escolha mais adequada dependendo da idade e da facilidade de administração”, pontua Gazarini.
Diferentes posologias de loratadina
Existem medicamentos com posologias diferentes e mais adequadas para cada usuário. A dose recomendada de loratadina varia de acordo com a idade e a condição do paciente. Comprimidos costumam conter 10 mg da substância ativa, enquanto xaropes ou soluções orais têm concentrações variadas.
“De maneira geral, para adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 10 mg por dia, sendo 1 comprimido ou a dose correspondente no xarope ou solução oral”, resume o especialista.
Para crianças de 2 a 12 anos, a dose depende do peso. “Para aquelas com mais de 30 kg, a dose costuma ser a mesma dos adultos, de 10 mg/dia. Abaixo desse peso, principalmente os pequenos entre 2 e 6 anos, a dose é geralmente de 5 mg/dia”, explica o professor da UFMS.
O farmacologista ressalta que a posologia deve ser seguida conforme orientação médica ou farmacêutica.
“Doses erradas podem afetar a eficácia do medicamento ou causar efeitos adversos. O uso de doses maiores que as recomendadas aumenta o risco de efeitos indesejados”, alerta.
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Efeitos colaterais da loratadina
Os eventos adversos mais comuns são: dor de cabeça, sonolência, cansaço, secura na boca, incômodo estomacal, nervosismo e erupções da pele.
Contraindicação
Embora a medicação seja geralmente bem tolerada e segura, alguns grupos precisam de cuidados especiais:
• Crianças: Pode ser usada em crianças a partir dos 2 anos de idade, mas a dosagem deve ser ajustada com base no peso. “Crianças menores de 2 anos não devem tomar o medicamento sem orientação médica. Poucos estudos foram feitos para assegurar a segurança em crianças muito pequenas”, afirma Gazarini.
• Gestantes: A segurança durante a gravidez não é completamente estabelecida. Em geral, recomenda-se que gestantes só usem o medicamento sob orientação médica, principalmente ao longo do primeiro trimestre, que é mais crítico para o desenvolvimento fetal. O uso durante a amamentação não representa riscos ao bebê.
• Idosos: Embora seja seguro para idosos, é importante monitorar a função hepática e renal, pois a eliminação do medicamento pode ser mais lenta nesses casos. Em outras pessoas com comprometimento dos rins ou fígado, o mesmo cuidado deve ser tomado.
“Além disso, pessoas com doenças hepáticas graves ou que apresentam alergia a qualquer componente da formulação devem evitar o uso. Também é importante destacar que a loratadina pode interagir com outros medicamentos. Por isso, é sempre recomendado consultar um profissional de saúde antes de iniciar o tratamento”, frisa o farmacologista.
O professor da UFMS recomenda atenção aos medicamentos que contém outras substâncias além da loratadina, uma vez que os efeitos podem ser diferentes, assim como o perfil de uso.
“A pseudoefedrina é um descongestionante nasal frequentemente associado à loratadina, mas que pode causar aumento da pressão arterial, então deve ser usado com maior cuidado por pessoas hipertensas”, pontua.
Bula loratadina
A utilização de remédios deve ser acompanhada da orientação de profissionais de saúde.
A bula da loratadina, disponibilizada online pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), reúne um conjunto de informações úteis sobre a medicação: acesse aqui.
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