A morte da bailarina Isabella Oliveira, que se apresentava com Claudia Leitte, reforçou os alertas sobre a conexão entre o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e doenças cardiovasculares. Isabella, que tinha 21 anos, sofreu uma parada cardíaca, e convivia com uma insuficiência no órgão relacionada à doença autoimune.
O lúpus é um fator de risco para diferentes problemas de saúde potencialmente fatais, e seus impactos sobre o coração estão entre as complicações mais estudadas em anos recentes.
A maior atenção dada ao tema veio com o aumento da expectativa de vida de pacientes com LES, o que elevou a mortalidade por episódios cardiovasculares em pessoas mais velhas. No entanto, como o caso de Isabella demonstra, os problemas podem surgir e se agravar em qualquer idade.
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O que é o lúpus
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune e crônica. Quando o sistema imunológico passa por um desequilíbrio associado à LES, o organismo começa a produzir anticorpos contra si mesmo, gerando respostas inflamatórias que podem afetar várias partes do corpo.
A condição pode afetar pessoas de qualquer sexo, mas é mais comum em mulheres, aparecendo com mais frequência na faixa entre os 15 e 45 anos — ou seja, durante a idade reprodutiva. Não se sabe exatamente o que leva uma pessoa a desenvolver o problema, mas se acredita que haja uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais.
Existe ainda uma versão menos grave do lúpus, o cutâneo, que afeta apenas a pele.
Lúpus aumenta a chance de problemas cardíacos
Entre os órgãos afetados pelo lúpus, o coração está entre aqueles que exigem mais atenção. Um amplo estudo de revisão publicado em 2022 avaliou 46 pesquisas ao redor do mundo e demonstrou uma maior propensão a vários problemas cardiovasculares em pacientes com LES, como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e hipertensão arterial, entre outros.
A estimativa é que o risco dessas complicações seja de duas a três vezes maior em pacientes com lúpus do que na comparação com a população em geral.
O lúpus é uma doença sem cura que exige cuidados contínuos, e não há um tratamento que sirva para todas as pessoas. Cada paciente deve ser tratado de forma individualizada, considerando a forma como a doença se manifesta.
A abordagem costuma envolver medicamentos e mudanças de hábito, sempre seguindo a orientação da equipe médica que cuida do caso.
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