Presente na natureza ou através da produção sintética em larga escala, o ácido salicílico é um dos queridinhos do skincare. A substância é derivada da salacina, encontrada nas cascas de salgueiro ou folhas de ulmária, sendo classificado entre os beta-hidroxiácidos (BHA).
Os BHA são solúveis em óleo, o que contribui para a capacidade de interagir ativamente com as camadas superficiais da epiderme. Semelhante a outros ácidos usados em tratamento dermatológicos, o salicílico age dissolvendo as fibras que funcionam como conectores das células de pele, conhecidas como desmossomos.
+Leia também: ABC do skincare: as substâncias mais recomendadas para cuidar da pele
Após este processo se torna mais fácil remover as células mortas, o que induz a renovação celular e produção de colágeno. Diferente de outros ácidos, esse composto não é aplicado de forma direta e isolada, mas é comum encontrar o ácido salicílico em produtos para uso tópico, como pomadas, xampus, loções, produtos de limpeza facial ou sabonetes.
Quais são os principais usos do ácido salicílico?
Conheça mais sobre os benefícios em potencial:
Aliado contra a acne
A acne ocorre devido à inflamação das glândulas sebáceas, desencadeada pelo acúmulo de sebo, sujeira e células epiteliais mortas. Como um BHA, o composto consegue acessar o interior dos poros e auxiliar no volume de produção de oleosidade. O ácido também tem potencial antibacteriano e anti-inflamatório.
+Leia também: Acne: 7 fatores que pioram o problema na pele
Combate a dermatite seborreica
A interação do ácido salicílico com o desmossomo e as células mortas da pele contribui no combate à dermatite seborreica. Dessa forma, é comum que a substância faça parte da composição de loções e xampus anticaspa.
Retirada de verrugas
A ação esfoliante remove células mortas da superfície das verrugas, o que auxilia no tratamento e retirada do trauma cutâneo. É um tratamento mais acessível e menos invasivo que a crioterapia, apresentando resultados semelhantes.
Estimula a produção de colágeno
Além de ser um potente antioxidante, o ácido salicílico age como vasodilatador, promovendo a renovação celular nas regiões onde é aplicado.
Quais são as contraindicações do uso de ácido salicílico?
Ainda que o ácido salicílico esteja presente em diversos cosméticos e produtos de selfcare, recomenda-se a consulta com um dermatologista para garantir a segurança antes de qualquer aplicação. Além de crianças, grávidas e lactantes, o uso do ácido não é indicado para pessoas com pele mais sensível, já que uma possível reação é irritação na área aplicada.
Pelo potencial vasodilatador, também é contraindicado o uso de produtos com concentrações maiores que 6% de ácido salicílico em pessoas com doenças cardiovasculares.
O composto também não deve ser utilizado por quem tem alergia a aspirina.
Existe relação com o ácido acetilsalicílico?
Sim! A contraindicação para quem tem alergia a aspirina vem justamente daí. O ácido acetilsalicílico, base da aspirina ou AAS, é produzido a partir do ácido salicílico com anidrido acético, com ácido sulfúrico como catalisador.
Os usos do ácido acetilsalicílico, porém, são completamente diferentes: a aspirina é consumida por via oral e é empregada como analgésico e anti-inflamatório, além de funcionar como um “afinador de sangue” – o que pode causar problemas em casos de hemorragia.
Compartilhe essa matéria via: