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O que é botulismo, quais os sintomas e como ocorre a transmissão

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Com um formato característico de cotonete, a bactéria Clostridium botulinum não tem transmissão direta entre seres humanos, mas tem um efeito neuroparalisante capaz de causar um estrago gigante no organismo através do botulismo.

A bactéria é responsável por produzir a toxina botulínica, que pode ser encontrada em alimentos contaminados (geralmente em conserva ou enlatados). Ela também está presente em solos, água não tratada, produtos agrícolas e no intestino de animais. Embora famosa em tratamentos estéticos – ela é o princípio ativo do botox -, essa toxina causa encrencas quando ingerida.

A investigação sobre a toxina botulínica começou no século 19, após algumas centenas de pacientes serem diagnosticados com um misterioso “envenenamento por salsicha” no que hoje é a Alemanha. Porém, o organismo foi identificado apenas em 1897, na Bélgica, quando 23 pessoas morreram após ingerir presunto contaminado.

Os casos em embutidos acabaram batizando a doença, já que Botulus é uma das palavras do latim para salsicha.

+Leia também: Intoxicação alimentar: quais são os sintomas e como controlar ou evitar

Quais são os principais sintomas do botulismo?

A incubação da bactéria no organismo tem efeito rápido, podendo variar de algumas horas até oito dias. A bactéria atinge o sistema neurológico, causando visão dupla e embaçada, aversão à luz (fotofobia), tonturas, boca seca, queda das pálpebras e dificuldade para urinar ou evacuar.

Se o quadro de botulismo avança, outros sinais começam a aparecer indicando comprometimento do sistema nervoso, como dificuldade na locomoção e na fala. No estágio mais avançado da doença, ocorre a paralisia muscular no sistema respiratório, que pode vir a ser fatal.

Quais são as causas do botulismo?

Apesar de a Clostridium botulinum ser o causador central e espalhar-se através de esporos, existem variações que se dividem conforme a origem da doença.

Os principais tipos de botulismo são:

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  • Alimentar: causada pela ingestão de toxina em alimentos contaminados ou que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada. Para garantir que as toxinas foram eliminadas do alimento e se prevenir desse quadro é necessário manter a temperatura de 120°C por 15 minutos durante o processo de cozimento.
  • Intestinal: nesse caso, os esporos contidos em alimentos contaminados se fixam e se reproduzem no intestino. Adultos podem ter alguns fatores de risco, como cirurgias intestinais, doença de Crohn e/ou uso de antibióticos por tempo prolongado, que modificam a flora intestinal. Também pode ocorrer o botulismo intestinal infantil ou do lactente, geralmente em crianças de 3 a 26 semanas, associado especialmente à ingestão de mel contaminado nas primeiras semanas de vida.
  • Por ferimentos: a forma mais rara de contaminação, costuma afetar usuários de drogas injetáveis e inaláveis, além de lesões profundas na pele.

Além do histórico clínico e alimentar, o diagnóstico necessita de exames que comprovem a presença da toxina no sangue ou nas fezes do paciente.

Qual é o tratamento indicado para o botulismo?

A confirmação de botulismo pede a internação hospitalar para que seja realizado o acompanhamento dos sintomas neurológicos e respiratórios do paciente. Para evitar que a toxina siga chegando ao sistema nervoso, é prescrita a aplicação de soro antibotulínico.

A recuperação definitiva é lenta e varia, já que depende das particularidades de como o sistema imunológico elimina a toxina.

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