Causada pelo vírus Varicela zoster, a catapora é uma doença altamente contagiosa — por isso requer o afastamento das pessoas infectadas.
Veja a seguir como ela acontece e quais as repercussões no corpo.
1. Como tudo começa
O agente se espalha por gotículas pelo ar e também pelo contato com erupções na pele características da doença. A transmissão se inicia em torno de dois dias antes de aparecerem as lesões, que passam por vários estágios.
A propagação só se interrompe quando todas estão cicatrizadas, com crosta.
2. Como avança pelo corpo
A partir de pequenas manchas vermelhas, chamadas máculas, que costumam aparecer primeiro no rosto e no couro cabeludo, a infecção se espalha, evoluindo para vesículas, que lembram bolsinhas de água, e, depois, pústulas.
Elas podem se instalar inclusive na mucosa da boca e na região genital e, por provocar bastante coceira, podem piorar em razão de bactérias presentes nas unhas ou de objetos usados para o alívio do prurido.
3. Como se desenrola
Além das bolhas, a doença costuma dar sinais iniciais como febre baixa a moderada, dor de cabeça, mal-estar e perda de apetite. A intensidade das manifestações depende da carga viral.
Sobretudo em adultos, a temperatura pode ficar ainda mais elevada e por um período mais longo, com indisposição um tanto severa. Em geral, após 15 dias, o líquido nas bolhas escurece e começa o processo de cicatrização das feridas.
4. Como pode complicar
Nos quadros mais graves, a catapora evolui para pneumonia, seja viral, seja por uma complicação secundária causada por uma infecção bacteriana. Danos exacerbados na pele e no ouvido são outras preocupações.
Há casos em que, diante de uma queda imunológica, o vírus atravessa a barreira hematoencefálica, membrana protetora do cérebro. Em decorrência disso, a pessoa pode desenvolver encefalite, quadro capaz de deixar sequelas e até levar à morte.
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Os estragos causados pela catapora
Tudo sobre a vacina
Qual a relação com o herpes-zóster?
Embora quem tenha tido catapora fique imune a ela para sempre, o vírus permanece adormecido no organismo. E, em situações de baixa imunidade, ele pode ser despertado, causando herpes-zóster, também conhecido como cobreiro.
O quadro é marcado por dores, formigamentos e lesões cutâneas. Hoje já existe prevenção para essa reativação, com vacina disponível na rede privada.
Dá para remediar a catapora?
Como a coceira costuma ser a chateação mais comum, uma das recomendações é zelar pela higiene das mãos, mantendo as unhas curtas. Compressas com água fria ajudam. Medicamentos, como antivirais, só devem ser usados sob prescrição.
O uso de ácido acetilsalicílico (AAS) durante a fase aguda da varicela, por exemplo, está associado a um quadro conhecido como síndrome de Reye, com alterações neurológicas e hepáticas.
Fontes: Raquel Muarrek, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm); Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (PNI); Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
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