Sabe aquela dor chatinha que aparece no ouvido algumas horas após passarmos um tempão mergulhando na piscina? Ou aquele desconforto que afeta a audição durante um resfriado? Esses sintomas, apesar de frequentemente ignorados, são sinais de otite – o nome genérico para um tipo de inflamação ou infecção do ouvido – e devem ser devidamente tratados.
A otite pode afetar diferentes partes do órgão, com causas diferentes conforme a zona onde se origina o incômodo. Saiba mais sobre os tipos de otite e como se livrar dessa dor ou mesmo evitá-la.
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Otite externa ou ouvido de nadador
Esse tipo de otite acontece no canal auditivo externo, que se estende da orelha ao tímpano.
Causas incluem:
- Exposição frequente à água, especialmente em piscinas, lagos ou oceanos;
- lesões no canal auditivo devido ao uso de cotonetes, unhas ou objetos pontiagudos;
- uso de aparelhos auditivos ou tampões que retêm umidade;
- dermatite ou outras condições de pele que afetam o canal auditivo;
- infecções bacterianas ou fúngicas.
Os sintomas da otite externa, além da dor de ouvido que pode piorar ao tocar ou puxar a orelha, incluem vermelhidão e inchaço do canal auditivo, coceira intensa e a presença de secreção de fluido claro ou pus. Também pode ocorrer sensação de obstrução no ouvido e redução temporária da audição.
Otite média
Inflamação ou infecção do ouvido médio, área localizada atrás do tímpano.
A otite média tem causas distintas, que incluem:
- Infecções bacterianas ou virais, frequentemente decorrentes de um resfriado, gripe ou alergias;
- disfunção da tuba auditiva, que pode ocorrer devido a alterações na pressão do ar, inchaço ou bloqueio;
- fatores de risco como idade (crianças pequenas são mais suscetíveis), exposição a fumaça de cigarro, e histórico familiar de infecções no ouvido.
Os sintomas incluem a própria dor de ouvido, que pode ser mais intensa ao deitar, febre e perda de apetite. Em crianças pequenas, o problema pode ser sinalizado por irritabilidade, choro e dificuldade para dormir. Também aqui ocorre uma perda auditiva temporária, em muitos casos.
Otite interna
Conhecida como labirintite, ela ocorre no ouvido interno, que afeta as estruturas responsáveis pela audição e equilíbrio.
As causas possíveis incluem:
- Infecções virais, como resfriado ou gripe;
- infecções bacterianas, que podem se espalhar de uma otite média;
- doenças autoimunes;
- lesões na cabeça;
- alergias;
- estresse extremo.
A otite interna produz sintomas como vertigem ou sensação de tontura, que pode ser acompanhada de náuseas e vômitos, levando a perda de equilíbrio, dificuldade para caminhar e zumbido nos ouvidos. Novamente ocorre perda auditiva, que pode ser temporária ou permanente, além de uma sensação de pressão ou plenitude no ouvido.
Quais os tratamentos para os diferentes tipos de otite?
Os tratamentos para otite variam conforme a localização e a gravidade da infecção.
Para otite externa, o tratamento inclui a limpeza cuidadosa do canal auditivo, uso de gotas auriculares com antibióticos e corticosteroides, além de analgésicos para alívio da dor.
No caso de otite média, são comumente recomendados antibióticos orais, se a infecção for bacteriana, analgésicos e antipiréticos para alívio dos sintomas, e a inserção de tubos de ventilação em casos de infecções recorrentes para drenagem do líquido do ouvido médio.
Já para a otite interna, a mais complicadinha, podem ser necessários medicamentos para reduzir vertigens e náuseas, antibióticos se a infecção for bacteriana, e reabilitação vestibular em casos extremos – para ajudar a restaurar o equilíbrio.
Azeite e outras soluções naturais
Apesar da sabedoria popular, os médicos contraindicam o ato de pingar azeite morno no ouvido. Isso pode levar a infecções e irritar ainda mais a região.
Outra terapia alternativa famosa nas redes sociais é o cone hindu, que não tem comprovação científica. No geral, desconfie de soluções milagrosas e busque sempre orientação de um médico otorrinolaringologista.
Cuidados e prevenção
Para prevenir a maioria dos quadros de otite, mantenha os ouvidos secos e limpos, usando tampões durante a natação e secando bem após a exposição à água. Também evite o uso excessivo de cotonetes ou objetos pontiagudos no canal auditivo.
Ainda, trate alergias e resfriados adequadamente, preste atenção à higiene das mãos, evite contato com pessoas doentes e se certifique de que a vacinação contra gripe e outras doenças esteja sempre em dia.
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