A poluição nas águas do rio Sena, em Paris, tem sido uma preocupação constante de organizadores e atletas nessas Olimpíadas. Após vários adiamentos, as provas do triatlo realizaram sua etapa de nado no local, mas uma má notícia veio nos dias seguintes: Claire Michel, da Bélgica, foi internada com uma infecção por E. coli poucos dias após a competição.
A doença de Claire Michel obrigou os belgas a abandonarem a disputa do revezamento misto do triatlo, que acontecia nesta segunda-feira. Embora o Comitê Olímpico do país não tenha culpado explicitamente as águas do Sena pela infecção, sabe-se que era justamente essa bactéria, cujo nome completo é Escherichia coli, que mais preocupava a organização dos Jogos.
Outros dois atletas, da Suíça e da Noruega, também adoeceram com sintomas intestinais, como noticiou a imprensa internacional, mas não há detalhes sobre os quadros.
Conheça mais sobre a E. coli a seguir.
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Quais são os sintomas de uma infecção por E. coli?
Os sinais mais imediatos de um contágio por E. coli são sintomas gastrointestinais, com fortes dores abdominais, náusea, vômito e diarreia aquosa. Em casos mais graves, a diarreia pode ser sanguinolenta. Febre também é comum.
Muitas vezes, o quadro é passageiro, apesar de ser extremamente desconfortável. No entanto, mesmo quando a infecção não progride para outros órgãos, é preciso ter atenção — vômitos e diarreia podem levar a quadros de desidratação severa, potencialmente fatais.
Alguns tipos de E. coli ainda podem provocar infecções urinárias e, em casos mais graves, problemas como a pielonefrite.
Como a bactéria é contraída?
No caso de Claire Michel, a suspeita é que ela tenha contraído a bactéria através da ingestão acidental de gotículas de água contaminadas no rio Sena. A ingestão (intencional ou não) de água poluída, geralmente por coliformes fecais, é uma das formas de pegar a doença, embora não seja a mais recorrente.
O principal modo de contrair E. coli, geralmente, é através da alimentação — especialmente pelo consumo de vegetais que tiveram contato com água ou fezes contaminadas e não foram bem cozidos ou lavados. Também é possível ter a doença pelo consumo de carnes mal passadas que tenham sido contaminadas.
Outros modos de pegar a bactéria incluem bebidas não pasteurizadas, como sucos, o leite cru ou produtos feitos a partir dele.
Qual o tratamento para E. coli?
Muitos casos leves de E. coli podem até passar sozinhos, mas o indicado é sempre procurar ajuda médica se você tiver sintomas gastrointestinais severos.
Isso é importante para identificar corretamente a doença que provocou o quadro — a E. coli pode ser tratada com antibióticos, mas há doenças virais com sintomas parecidos que não respondem a esses medicamentos, que só funcionam para bactérias.
Sempre que estiver passando por vômitos e diarreia, fique de olho na hidratação. É importante repor não somente a água, mas também os sais minerais perdidos pelo organismo, o que pode ser feito com soro ou isotônicos, conforme orientação médica.
Não subestime o problema: a E. coli é uma doença que pode matar, com grupos de maior risco incluindo imunocomprometidos, bebês menores de um ano e idosos.
Em geral, os primeiros sintomas de um contágio por E. coli aparecem de três a cinco dias após a infecção, mas a incubação pode levar quase duas semanas, dependendo do caso. Já os sintomas perduram, em média, de dois a 15 dias, de acordo com a gravidade da infecção e a resposta ao tratamento.
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