Cientistas anunciaram recentemente a descoberta de novos vírus gigantes no gelo da Groenlândia. Nesse caso, não há nenhum perigo aos humanos — eram micróbios que atingem algas e até podem ajudar a combater a proliferação desmedida delas —, mas o assunto chama a atenção para o universo potencialmente enorme de patógenos desconhecidos e escondidos há milênios nas geleiras.
Na Sibéria, outro grupo de pesquisadores “reviveu” no ano passado um vírus de mais de 30 mil anos, ainda capaz de infectar amebas, minúsculos seres unicelulares.
Com as mudanças climáticas, esses achados podem se tornar mais comuns. “A aceleração do aquecimento global está permitindo o encontro de carcaças muito bem preservadas de animais congelados, como lobos, ursos e mamutes, e esses bichos certamente tinham vírus em suas células quando morreram”, explica o virologista Paulo Eduardo Brandão, da Universidade de São Paulo (USP).
“Com esses últimos achados, não é ficção prever que alguns patógenos possam infectar animais atuais e mesmo seres humanos.”
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Como eles ressuscitam?
Vírus ficam congelados anos no laboratório. Na natureza, milênios. Entenda o trabalho dos pesquisadores:
A origem
Na Sibéria, cientistas recolheram amostras de fezes congeladas de mamutes e do estômago de lobos.
Em laboratório
Depois, isolaram os vírus presentes e os inseriram em amebas, organismos unicelulares.
Eureca
Nas culturas de amebas, os vírus se mostraram plenamente ativos e infecciosos.
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