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Profilaxia em leptospirose: medicamento contra contágio em enchentes

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Diante das recentes enchentes no Rio Grande do Sul e da consequente elevação do risco de transmissão de leptospirose, é crucial compreender e adotar medidas profiláticas – utilizadas na prevenção de enfermidades – adequadas. Em uma nota técnica conjunta de 6 de maio, as Sociedades Brasileira e Gaúcha de Infectologia, bem como a Secretaria Estadual de Saúde do RS, divulgaram indicações de quimioprofilaxia contra a doença.

Entende-se por quimioprofilaxia o uso preventivo de medicamentos antes de uma infecção ou para tentar impedir que um indivíduo já infectado desenvolva a doença.

A leptospirose, uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira, é frequentemente adquirida através do contato com água ou solo contaminados pela urina de animais infectados, geralmente ratos.

+Leia também: Cheias no RS: o que saber da leptospirose e outras doenças de enchente

Quimioprofilaxia em leptospirose

Os infectologistas apontam que a utilização rotineira de antimicrobianos profiláticos não é recomendada. No entanto, em situações de alto risco, como aquelas vivenciadas durante e após as enchentes, a quimioprofilaxia pode ser considerada para certos grupos.

Segundo a nota técnica divulgada nesta semana, isso inclui equipes de resgate e pessoas com exposição prolongada a águas contaminadas, como quem ficou ilhado.

Vale lembrar que a leptospirose nem sempre se desenvolve imediatamente após o contato com a água contaminada, com a infecção podendo se manifestar em alguns casos depois de semanas da infecção original.

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Para a realização da quimioprofilaxia, a doxiciclina é indicada como a opção principal, com doses específicas para adultos e crianças.

Para pessoas em pós-exposição de alto risco, a dose recomendada é de 200 mg administrados por via oral como dose única. Para adultos que estão em situações de exposição contínua, como resgatistas ou socorristas, a dose é de 200 mg por via oral uma vez por semana durante todo o período de exposição.

E para crianças em pós-exposição de alto risco, a dose é de 4 mg por kg de peso corporal, administrada por via oral como dose única, com uma dose máxima de 200 mg.

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Alternativamente, a azitromicina também pode ser utilizada. Pessoas em alto risco pós-exposição devem receber uma dose única de 500 mg por via oral.

Para adultos em exposição contínua, a dose é de 500 mg por via oral uma vez por semana.

Já para crianças em alto risco pós-exposição, a dose única é de 10 mg por kg de peso corporal por via oral, com uma dose máxima de 500 mg.

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Equipamentos de proteção individual (EPIs) seguem necessários

É fundamental lembrar que, mesmo com o uso da quimioprofilaxia, não há garantias de que a infecção seja evitada. Portanto, quando possível, é essencial adotar outras medidas preventivas, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) ao entrar em contato com águas contaminadas.

Primeiramente, os EPIs protegem contra patógenos presentes na água, como bactérias, vírus e parasitas, reduzindo o risco de infecção. Além disso, ajudam a prevenir lesões na pele causadas por substâncias químicas irritantes ou objetos pontiagudos.

+Leia também: Enchentes aumentam risco de doenças; quais os sintomas e cuidados

Outro ponto importante é que os EPIs contribuem para a redução do risco de contaminação cruzada, evitando que os patógenos se espalhem para outras áreas ou pessoas. Isso é especialmente relevante em ambientes de trabalho ou comunitários.

O uso adequado de EPIs ainda promove a segurança ocupacional em situações de desastre. Em operações de resgate, limpeza e reconstrução, as condições podem ser perigosas, e os EPIs ajudam a garantir a segurança dos trabalhadores envolvidos nessas atividades.

Ao retornar às residências após eventos de enchentes, o risco de infecção permanece elevado, exigindo o uso contínuo de EPIs quando possível e a adoção de medidas de higiene rigorosas.

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