Você já deve ter percebido que, em anos recentes, o termo doença sexualmente transmissível (DST) deixou de ser usado e foi substituído por IST, trocando o termo “doença” por infecção sexualmente transmissível.
A mudança, aprovada pelo Ministério da Saúde em 2016, destaca a importância de monitorar a saúde sexual periodicamente. A ideia é que uma infecção nem sempre vai provocar sintomas e sinais claros tipicamente percebidos como uma doença.
E é justamente porque algumas dessas infecções podem evoluir de forma silenciosa que os exames de ISTs devem ser incluídos na rotina de quem mantém uma vida sexual ativa com diversos parceiros.
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Quais são as ISTs mais comuns?
São várias. Destacamos algumas a seguir:
- Sífilis: provocada por uma bactéria e atualmente vivendo uma alta de casos. A doença é silenciosa, até que desemboque em complicações mais sérias, ao afetar cérebro e coração, anos depois do contágio.
- HIV: infecção viral que, se não tratada, pode levar à aids. Hoje existe um vasto arsenal de tratamento e prevenção da transmissão. Os novos casos têm diminuído, mas o vírus ainda se espalha e faz estragos por aí.
- Tricomoníase: é a mais comum das ISTs, costuma não causar sintomas, mas eleva o risco de inflamações na vagina e na uretra e abre caminho para outras infecções mais sérias.
- Clamídia: causada por uma bactéria, é a segunda IST mais frequente na população. Pode provocar corrimentos, dor durante a relação sexual e até levar à infertilidade.
- Gonorreia: bactéria que infecta a uretra e pode se alastrar por outros órgãos se não for tratada.
- HPV: alguns tipos do vírus causam verrugas, outros elevam o risco de câncer.
Quais são os principais exames de IST?
Há testes dos mais diversos tipos, visando atingir a maior gama possível de enfermidades.
O médico é o responsável por indicar o exame mais adequado para o seu caso, seja por um rastreamento de rotina ou para confirmar uma suspeita específica com base em algum sintoma.
Exames de detecção de ISTs incluem:
Testes rápidos: as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Centros de Testagem e Aconselhamento costumam realizar esse exame, dando o resultado em até 30 minutos. As ISTs pesquisadas incluem HIV, sífilis ou Hepatite B e C. A coleta de material pode ser através da coleta de saliva por um cotonete ou por uma gota de sangue no caso específico do HIV.
Exames de sangue: consiste num exame de sangue laboratorial que coleta uma amostra maior que o teste rápido. Através desse método é possível detectar hepatite A, B e C, sífilis, linfogranuloma venéreo, herpes genital e clamídia. A técnica empregada nesse caso busca a existência de alguma resposta imunológica do organismo ou a presença direta do vírus.
Coleta de secreções: um pouco mais invasivo que os anteriores, esse modelo de exame coleta com um swab as amostras nas secreções da boca, olhos, vagina, uretra, colo do útero, ânus ou de alguma ferida genital. O teste é feito através de RT-PCR ou microscopia, podendo detectar clamídia, gonorreia, sífilis, tricomoníase, cancro mole, herpes genital, donovanose, linfogranuloma venéreo ou doença inflamatória pélvica (DIP).
Exame de urina: após eliminar o primeiro jato de urina da manhã e limpar a área genital, o indivíduo faz xixi em um potinho. Esse material será testado através da urocultura ou PCR e poderá ser utilizado para diagnosticar clamídia, gonorreia ou tricomoníase.
Biópsias: feita através da coleta de um pequeno pedaço de lesões ou verrugas encaminhado para análise laboratorial. Podendo ser recolhida da região da boca, ânus ou genitais, esse teste auxilia a diagnosticar donovanose, HPV e verrugas genitais.
Lâmpada de Wood: utilizando luz ultravioleta, é feita a análise da pele da região genital para confirmar o diagnóstico de pediculose, também conhecido como chato. A luz fluorescente auxilia a enxergar tanto os ovos quanto o parasita adulto.
Exames de imagem: esses testes incluem ultrassom transvaginal ou pélvico, ressonância magnética ou tomografia computadorizada. Em geral, são usadas para verificar a complicação de algum outro quadro de IST, como DIP (causada por gonorreia ou clamídia) e neurossífilis.
Exames ginecológicos rotineiros, como o papanicolau e a colposcopia, também podem flagrar ISTs.
Quando devemos realizar testes de ISTs?
Além dos check-ups com urologistas e ginecologistas, também é recomendado o teste nas seguintes situações:
- Após relação sexual desprotegida/sem preservativo
- Caso haja múltiplos parceiros
- Caso algum parceiro seja diagnosticado com alguma IST
- Mulheres tentando engravidar ou que já estejam grávidas (com o intuito de iniciar a profilaxia)
- Se houve compartilhamento de agulhas, seringas, lâminas de barbear ou outros equipamentos cortantes
Além dos testes, outras formas de prevenção como as vacinas contra HPV, são uma medida necessária de autocuidado e cuidado com o próximo.
Caso você seja diagnosticado com uma IST, encare a situação com cautela e tranquilidade: busque orientação médica sobre os tratamentos existentes hoje para seu quadro – e lembre-se de usar preservativos.
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