Que as crianças precisam de acompanhamento pediátrico desde o nascimento, todos os pais já sabem. No entanto, quando falamos de especialidades como a oftalmologia, por exemplo, será que os responsáveis sabem qual é o melhor momento de levar o filho? Na maioria das vezes, a resposta é não!
Vale salientar que não é tão fácil identificar problemas de visão na primeira infância. Para ter uma ideia, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, cerca de 23 milhões de crianças na América Latina têm problemas de visão relacionados à refração não corrigida, o que pode ocasionar dificuldade no desenvolvimento, principalmente no que diz respeito às atividades escolares.
Por isso é tão importante incluir na rotina das crianças a visita periódica ao oftalmologista. Há alguns sinais, de fácil identificação pelos pais, que indicam alguma dificuldade:
- ausência de contato visual nos primeiros dois meses de vida;
- falta de percepção das mãozinhas até o terceiro mês;
- não pegar brinquedos aos 6 meses;
- não reconhecer expressões ou rostos por volta dos 11 meses.
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A primeira avaliação oftalmológica ocorre ao nascimento, quando é feito o teste do reflexo vermelho. Ele avalia a retina do bebê, permitindo o diagnóstico de retinoblastoma, catarata congênita e retinopatia da prematuridade, consideradas potencialmente graves e que precisam de intervenção médica precoce.
A partir dos 6 meses de vida, é possível avaliar de forma mais profunda a refração, avaliação funcional e estrutural e o comportamento visual. Quando a criança está entre 2 e 5 anos de idade, consegue-se quantificar a visão, a parte estrutural do olho, a retina, e o fundo do olho.
De acordo com a oftalmologista pediátrica do Sabará Hospital Infantil, doutora Patrícia Ferraz Mendes, o desenvolvimento visual acontece principalmente no primeiro ano de vida. “A partir dos 7 anos, conseguimos estimular melhor a visão, e analisarmos qualquer tipo de dano”, ela me contou.
Entre os problemas oculares mais comuns estão o surgimento de grau, obstrução do canal lacrimal (que leva a um lacrimejamento espontâneo), estrabismo, erros de refração, olho preguiçoso e diferenças de grau muito grandes entre os dois olhos, além de irritações e alergias.
E atenção: em alguns casos, o problema oftalmológico sinaliza uma doença que vai além da saúde ocular! Nesse sentido, é importante os pais estarem alertas para alguns indicacitos que sugerem a necessidade de relato imediato ao médico:
- estrabismo súbito;
- lacrimejamento involuntário frequente;
- aversão excessiva a luz;
- aumento do tamanho do globo ocular, como se quisesse sair para fora de sua cavidade;
- mudança da cor da parte externa do globo;
- aparecimento de um ponto branco na pupila;
- perda do reflexo vermelho nas fotografias em apenas um dos olhos.
No Sabará Hospital Infantil, a equipe de oftalmologistas atua em consonância com as linhas de cuidado, proporcionando uma melhor jornada ao paciente com condições complexas. A oftalmologia tem uma grande relação com as doenças neurológicas, nefrológicas, oncológicas e genéticas, por isso é também uma importante ferramenta diagnóstica e de acompanhamento do tratamento, possibilitando um melhor resultado de saúde para a criança.
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