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Quem precisa tomar vitamina D? Diretriz atualiza recomendações

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Há alguns anos, a vitamina D ganhou erroneamente o status de salvadora da pátria. Tudo era tratado ou prevenido usando doses variadas da substância, e até a Covid-19 entrou nessa história. Inúmeros estudos foram conduzidos e viu-se que boa parte das evidências eram fracas ou inconsistentes.

Isso fez  com que as pessoas gastassem dinheiro com dosagens desnecessárias e consequentes reposições indevidas desta vitamina, que na verdade é um hormônio e que pode trazer efeitos adversos.

Agora, novas diretrizes da Endocrine Society, uma das entidades mais importantes da endocrinologia mundial, atualizam as recomendações sobre a suplementação e dosagem do composto. O documento recém-publicado mostra as melhores evidências científicas de como abordar populações saudáveis (repito, saudáveis) em diferentes fases de vida, da infância à senilidade.

De maneira geral, a publicação não recomenda a dosagem rotineira de vitamina D em pessoas sem doenças. Em pessoas saudáveis com idade entre 1 e 18 anos, deve-se realizar a suplementação empírica — feita sem exames de dosagem — diária oral de 1 200 unidades (ou 30 microgramas) de vitamina D.

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As evidências científicas apontam que esta suplementação, entre crianças e adolescentes, reduz o risco de raquitismo e infecções respiratórias.

+ Leia também: Vitaminas demais, saúde de menos: o lado perigoso desses nutrientes

Suplementação de vitamina D em idosos e gestantes

Na população saudável com 75 anos ou mais, recomenda-se a suplementação empírica diária oral de vitamina D na dose de até 800 unidades ou 20 microgramas. Estudos apontam para uma redução da mortalidade geral nesse cenário.

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Já em gestantes saudáveis, as diretrizes também excluem a necessidade de fazer exames para dosar a substância, e indicam a suplementação empírica devido a evidências de que reduza a ocorrência de pré-eclâmpsia, mortalidade intrauterina, nascimento prematuro e mortalidade neonatal.

A recomendação neste caso é para uma suplementação diária oral de 2500 unidades ou 63 microgramas de vitamina D.

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As diretrizes incluem ainda a suplementação empírica de vitamina D diária oral em adultos com pré-diabetes para, juntamente com um estilo de vida saudável, reduzir o risco de progressão para diabetes tipo 2. Para este público, a dose diária seria de 1000 unidades ou 25 microgramas.

E entre os adultos?

Segundo o documento, não há evidências científicas que comprovem benefícios em realizar exames ou suplementação em pessoas entre 18 e 75 anos de idade sem comorbidades.

Além disso, não se indica a dosagem ou a suplementação em pessoas de pele negra ou com obesidade sem outras comorbidades.

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Os autores destas diretrizes deixam claro que não indicam valores de referência de vitamina D nas populações acima citadas devido à falta de evidências científicas robustas.

Vale destacar que esta diretriz, como todas as outras, serve com um guia para os profissionais de saúde abordarem seus pacientes na prática clínica. Ela indica as melhores evidências científicas até o momento. Mas cada caso deve ser discutido individualmente, em parceria entre médico e paciente, para se chegar na melhor conduta personalizada.

Estas diretrizes deixam claro que os profissionais de saúde devem solicitar menos exames de vitamina D para evitar desperdícios de recursos da saúde e realizar mais tratamentos empíricos com doses pré-estabelecidas diárias para evitar doenças naquelas populações selecionadas.

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Um ponto a se esclarecer é que o acompanhamento regular é fundamental para a prevenção e tratamento de diferentes perfis de pessoas. O uso de vitamina D deve sempre ser feito somente com orientação médica.

Infelizmente, no Brasil pode-se comprar vitamina D nas farmácias sem receita médica, e muitos profissionais de saúde acreditam e prescrevem “megadoses” do composto. Poucos sabem que a intoxicação por vitamina D é algo potencialmente grave.

É comum pessoas acharem que vitaminas de maneira geral são inócuas e, se não promovem benefício, também não trazem malefício. Mas isto é um grande engano, especialmente quando se fala em vitamina D. As consequências do excesso de vitamina D no organismo variam de náuseas e vômitos até arritmias cardíacas, insuficiência renal, confusão mental, pancreatite e até mesmo morte.

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Vitamina D é remédio! E, como remédio, possui potenciais efeitos benéficos e efeitos adversos. Converse com seu médico e cuide-se.

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