A transfusão de sangue é uma das terapias mais utilizadas no cuidado de pessoas hospitalizadas. Embora ofereça benefícios inegáveis, a prática não é isenta de riscos e de efeitos colaterais. E, por ser obtido unicamente por meio de doação voluntária, o sangue é um recurso escasso e finito.
Além disso, a busca constante pela segurança eleva os custos do manejo do insumo. Nesse contexto, a decisão pela transfusão deve ser norteada por um diagnóstico preciso, com a avaliação detalhada de possíveis alternativas disponíveis.
Para alavancar essa ideia, há um conceito globalmente conhecido como PBM, sigla em inglês para gerenciamento do sangue do paciente, endossado pela Assembleia Mundial da Saúde ainda em 2010.
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“Com o método, a definição pela transfusão ocorre de maneira individualizada, considerando a condição clínica e exames laboratoriais”, explica o hematologista Alfredo Mendrone Júnior, diretor técnico-científico da Fundação Pró-Sangue, em São Paulo.
O PBM ganha espaço entre os serviços de saúde, mas ainda esbarra em desafios.
“Ele depende de uma abordagem multidisciplinar que envolve a direção do hospital, cirurgiões, farmácia e laboratórios. Todas as áreas precisam agir em consonância”, afirma. Em paralelo, estimula-se a pesquisa de soluções e produtos que sirvam de opção à transfusão em si.
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Controle de Qualidade
A infecção por HIV de pacientes transplantados no Rio de Janeiro despertou preocupações sobre a testagem do sangue e de órgãos no país.
Mas vale esclarecer que o episódio, pontual, envolvia exames realizados em um laboratório privado contratado para esse fim.
No Brasil, as regulações sobre o uso de sangue ganharam impulso na década de 1990. No âmbito dos transplantes, normas rigorosas visam proteger doadores e receptores.
“É importante que todos os laboratórios envolvidos tenham controle de qualidade e assegurem que o processo seja feito de maneira adequada”, enfatiza Cesar de Almeida Neto, hematologista da Fundação Pró-Sangue.
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