Os dados do último Censo do IBGE confirmam uma mudança importante no país: o número de pessoas com 65 anos ou mais aumentou mais de 57% em 12 anos. Já o Ministério da Saúde crava que, em 2030, a quantidade de idosos será maior do que a de crianças até 14 anos. Em 2050, esse grupo representará 30% da população brasileira.
Diante desse cenário, não surpreende a ampliação do espaço ocupado pelas chamadas seniortechs, empresas focadas em inovações tecnológicas que garantam autonomia e um futuro saudável para a geração mais madura.
O papel das tecnologias digitais no envelhecimento
Esse é o tema de um relatório de 2023 da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), elaborado como parte de uma série intitulada A Década do Envelhecimento Saudável nas Américas: Situação e Desafios.
O documento relaciona, entre outros aspectos, a importância do monitoramento domiciliar para a prevenção de quedas – causa de mais de 50% das internações por traumatismo entre quem tem mais de 65 anos, de acordo com a publicação.
Foi justamente esse tipo de acidente que levou à criação da Techbalance, listada no primeiro Mapa de Seniortechs do Brasil, organizado pelo InovaHC, o núcleo de inovação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), juntamente com a consultoria Ativen e a organização Aging 2.0.
Fundada em 2018, a Techbalance desenvolveu um programa baseado em inteligência artificial para estimar a propensão a desequilíbrios e tropeços entre os idosos. Instalado em um celular que fica preso na cintura, o aplicativo da healthtech monitora os movimentos da pessoa e consegue detectar padrões de equilíbrio, gerando um relatório que aponta o risco de queda.
Com os dados obtidos, a ferramenta sugere um plano de prevenção.
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Estímulo cognitivo e saúde mental
Outra frente que ganha atenção no contexto do envelhecimento populacional é a de cuidados com a saúde mental. O objetivo é evitar que o isolamento e o sentimento de solidão associados ao avançar da idade sejam responsáveis por declínios cognitivos e desencadeiem transtornos como depressão e ansiedade.
É o caso do Programa Cérebro Ativo, da startup Isgame, especializada em treinar memória, atenção e raciocínio por meio de jogos reunidos em um aplicativo.
Também listada no Mapa de Seniortechs do Brasil, a Isgame conta ainda com um curso presencial e online para ensinar a turma prateada a jogar e criar seus próprios games, numa metodologia validada no Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas, da Fapesp.
Para conhecer avanços da tecnologia em prol de longevidade com qualidade de vida acompanhe aqui as novidades da edição 2024 do Prêmio VEJA SAÚDE Oncoclínicas de Inovação Médica, que está e andamento e anunciará os vencedores em setembro.
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