A síndrome de “dumping” é um efeito colateral de cirurgias gástricas, especialmente aquelas que envolvem a redução do estômago, como a cirurgia bariátrica.
O efeito “dumping” consiste em um mal estar súbito quando o indivíduo ingere certos alimentos. Essa sensação é provocada por uma passagem rápida demais dos alimentos do estômago para o intestino. É comum que o “dumping” ocorra quando os alimentos consumidos apresentam grandes concentrações de gordura ou açúcar.
O que causa a síndrome de “dumping”?
O movimento rápido dos alimentos gera uma resposta do organismo que libera excessivamente substâncias vasodilatadoras e insulina, gerando um grande mal estar.
Existem outros fatores que podem causar o efeito “dumping”, como mudanças metabólicas no estômago ou tratamentos cirúrgicos para refluxo gastroesofágico, mas estes costumam ser casos raros.
A síndrome de “dumping” pode se manifestar em até 50% dos casos de cirurgias gastrointestinais e tem uma incidência ainda maior – 75% de ocorrências – se a técnica utilizada for a de bypass gástrico, na qual é feita uma alteração no intestino para reconectá-lo à parte do estômago que irá permanecer funcional.
Nessa alteração acontece a retirada do piloro funcional – uma espécie de válvula que controla a passagem do alimento para o intestino –, o que pode desencadear o “dumping”.
+Leia também: Dossiê bariátrica: 17 perguntas e respostas sobre a cirurgia
Sintomas de “dumping”
Os sintomas da síndrome de “dumping” se manifestam entre 15 a 30 minutos após a ingestão dos alimentos, provocando uma série de manifestações desconfortáveis:
- Dores de cabeça e tontura;
- Sudorese;
- Náusea;
- Dores abdominais;
- Vômito;
- Diarreia.
É comum que o indivíduo sinta necessidade de deitar por conta do mal estar. Nessa reação também pode ocorrer uma queda brusca de glicemia, graças à liberação excessiva de insulina pelo pâncreas. Esse efeito se manifesta 1 ou 3 horas após a alimentação e é chamado de “dumping tardio”.
Na reação tardia, os sintomas são mais agressivos e incluem taquicardia, palpitação, hipotensão arterial, fadiga, tontura e dor.
No primeiro caso, o médico deve ser informado a fim de tratar o mal estar. Já no “dumping tardio”, o ideal é levar o paciente diretamente ao hospital para monitorar e tratar corretamente o quadro clínico.
+Leia também: Exercício é essencial após a bariátrica pois modula o cérebro
Cuidados e tratamento da síndrome de “dumping”
O principal tratamento para o “dumping” leve consiste em modificações dos hábitos alimentares.
As refeições podem ser fracionadas em volumes menores para evitar o mal estar, e o consumo de doces e alimentos gordurosos deve ser evitado. Aumentar o tempo de mastigação e incluir mais fibras na dieta também são medidas que ajudam a evitar o “dumping”.
Outras estratégias incluem adotar o consumo de alimentos com digestão lenta e evitar a ingestão de líquidos durante as refeições. Em casos mais intensos de “dumping”, o médico poderá receitar medicamentos e hormônios para reduzir os efeitos da hipoglicemia e controlar as reações do pâncreas ao consumo de certos alimentos.
Em todos os casos, consulte um médico e siga corretamente o protocolo de cuidados após uma cirurgias gástrica.
Compartilhe essa matéria via: