Considerado um problema de saúde pública em vários países, o tracoma é uma doença infecciosa da conjuntiva, membrana que cobre o olho. A infecção é causada por uma bactéria e, em casos recorrentes, pode levar à cegueira irreversível.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o tracoma ainda é um problema sério em pelo menos 42 países e já levou cerca de 1,9 milhão de pessoas a ficarem cegas.
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O que causa o tracoma
O microorganismo responsável pelo tracoma é a Chlamydia trachomatis. Há registros da infecção causada por essa bactéria desde a Antiguidade. No Brasil, o tracoma já era uma preocupação durante o período de imigrações europeias entre os séculos 19 e 20.
A infecção pode ser transmitida por contato direto com as secreções oculares de pessoas infectadas, por exposição indireta a objetos contaminados ou por moscas. A transmissão acontece quando há lesões ativas no olho.
Alguns métodos de prevenção incluem hábitos de higiene, como lavar o rosto e não compartilhar objetos pessoais. O tracoma é mais comum em regiões onde não há saneamento básico adequado.
Sintomas do tracoma
A doença pode ser assintomática, mas a recorrência pode gerar sintomas como:
- Sensibilidade e intolerância à luz;
- Coceira nos olhos;
- Vermelhidão;
- Secreções oculares e lacrimejamento;
- Dor nos olhos e inchaço;
- Dificuldade de abrir os olhos;
- Sensação de corpo estranho no olho;
- Diminuição da visão.
Na fase inicial, costuma ocorrer mais frequentemente entre crianças. Os primeiros sintomas costumam aparecer de 5 a 12 dias após o contato com a bactéria.
O problema é que, em lugares onde a situação de transmissão é endêmica, a bactéria é contraída de forma constante. As repetidas infecções causam o tracoma em si e os tipos graves da doença. A exposição à bactéria não gera imunidade adquirida duradoura.
Também se estima que mulheres tenham mais chances de serem afetadas, devido a fatores socioeconômicos e de desigualdade de gênero – nas regiões endêmicas, são elas que têm mais contato com as crianças e ficam mais vulneráveis à infecção.
Existe tratamento para o tracoma?
No início da doença, a infecção pode ser curada com antibióticos. Mas, quando se torna recorrente, a inflamação leva à fibrose nas pálpebras. Assim, a pálpebra interna cria cicatrizes e isso leva à deformação dos cílios, que começam a crescer na direção interna do olho.
O contato constante dos pelos com a córnea arranha o olho e causa úlceras na córnea e, em último estágio, perda de visão. O tratamento da doença avançada pode envolver cirurgia e remoção dos cílios. O transplante de córnea é uma opção em alguns casos.
O diagnóstico costuma ser feito por exame ocular externo.
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